Por: Regina Schio
Se existe uma questão que permeia cada relação humana, é sem dúvida a natureza efêmera da memória e como ela se entrelaça com o amor. Em meio a histórias de romances inconclusivos e paixões que parecem reviver a cada novo amanhecer, surge um filme que transforma essa reflexão em um verdadeiro clássico: Como Se Fosse a Primeira Vez. Essa narrativa, que à primeira vista é leve e divertida, se aprofunda em um tema que toca diretamente nossas almas e nos leva a pensar sobre as nuances do amor.
Vamos explorar o enredo? Lucy, interpretada com maestria pela talentosa Drew Barrymore, enfrenta a dura realidade da amnésia anterógrada. Simplificando, isso significa que nossa protagonista perde todas as memorizações do dia anterior, o que a coloca em um ciclo repetitivo que, de qualquer forma, não é só um obstáculo para o romance; é o próprio canvas onde o amor é constantemente reiniciado e recriado a cada novo amanhecer. Já Henry, vivido por Adam Sandler, é o homem que se vê apaixonado por ela e que precisa descobrir formas criativas e emocionais para conquistar seu coração dia após dia.
A verdadeira magia desse filme não reside apenas nas piadas e nas situações cômicas típicas das comédias românticas, mas em sua habilidade de explorar o amor genuíno, aquele que transcende a simples recordação. É um convite à reflexão: e se amar fosse, de fato, um ato diário, uma escolha que fazemos repetidamente, sem depender de reconhecimento ou lembrança?
Dirigido por Peter Segal, Como Se Fosse a Primeira Vez não se limita ao que seria considerado convencional. O filme se desenrola em um cenário havaiano repleto de cores vibrantes, criando um contraste impressionante com as profundezas emocionais da narrativa. A trilha sonora, carregada de versões tropicais de clássicos dos anos 80, contribui para um ambiente nostálgico que destaca a tensão entre o que foi e o que pode ser.
E aqui cabe mencionar como a música, longe de ser apenas um pano de fundo, se torna uma personagem vital por si só, ajudando a moldar os sentimentos nas interações entre os protagonistas. Ela atua como um catalisador emocional, ressoando com as experiências da audiência de maneira profunda.
A estrutura narrativa do filme poderia facilmente encalhar em uma repetição monótona, mas Como Se Fosse a Primeira Vez eleva essa dinâmica a um novo patamar. Cada dia que passa, a busca de Henry se transforma em um aprendizado. O que poderia ser visto como uma frustração passa a ser uma oportunidade para ele refinar sua abordagem em relação a Lucy. Ele aprende a arte de ouvir, captando nuances nas emoções da parceira que antes passavam desapercebidas. Essa jornada é tão tocante que nos faz pensar: o amor é uma prática, não apenas um sentimento.
Um questionamento ético persiste ao longo do filme: até que ponto somos responsáveis por proteger o outro da dor? Os amigos de Henry, cada um à sua maneira, oferecem soluções criativas para minimizar o sofrimento de Lucy em relação à sua condição. E essa questão levanta um dilema real: o suporte é válido quando toca na linha tênue da manipulação da verdade? Esse questionamento ecoa em nossas vidas cotidianas, onde muitas vezes hesitamos entre proteger alguém de uma verdade dolorosa e deixar que essa realidade seja confrontada.
A relação entre Adam Sandler e Drew Barrymore é uma das chaves que torna esse filme inesquecível. A química entre eles é palpável, trazendo à tona momentos que vão desde irmãs risadas até reflexões profundas sobre amor e compromisso. Sandler, conhecido por seus papéis mais caricatos, entrega uma nova faceta ao Henry, equilibrando humor e sutileza emocional de maneira impressionante.
Drew, com seu olhar expressivo e encantador, dá a Lucy uma vulnerabilidade que nunca se transforma em fragilidade, mostrando que mesmo em situações adversas, há uma beleza e esperança que podem florescer no amor verdadeiro e persistente.
Em uma era onde os relacionamentos são frequentemente mediado pela tecnologia e pela memória digital, Como Se Fosse a Primeira Vez se torna ainda mais pertinente. O filme provoca uma reflexão profunda sobre o que significa realmente amar alguém: será que o amor se sustenta apenas nas memórias partilhadas, ou é, na verdade, uma ação contínua de presença e dedicação, mesmo quando o futuro é incerto?
Conectando com o presente, é fascinante observar como a obra lida com questões contemporâneas sobre relacionamentos em um mundo que frequentemente parece superficial. A viralização das redes sociais e o jeito como interagimos online elevam o conceito de memória e reconhecimento a uma nova dimensão. Assim, a mensagem de amar incessantemente ressoa ainda mais forte.
Como Se Fosse a Primeira Vez nos convida não apenas a rir e nos divertir, mas também a refletir sobre o que realmente significa amar. Não se trata apenas de uma comédia romântica; é uma verdadeira afirmação de que o amor é uma escolha, uma prática diária, e, acima de tudo, um compromisso que fazemos com outra pessoa. Em um mundo em que a memória pode falhar, a presença, a dedicação e as pequenas ações têm o poder de criar laços eternos e duradouros.
Ao chegar ao fim dessa obra, você pode descobrir que deseja assisti-la mais uma vez — e quem sabe, até mesmo sozinho, só para relembrar que o amor verdadeiro se constrói dia após dia, momento após momento, como se fosse a primeira vez.
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Minha história com o entretenimento começou desde cedo. Cresci em uma pequena cidade no interior, onde a principal diversão era reunir a família e assistir aos filmes clássicos que passavam na TV aberta aos finais de semana. Foi ali, na simplicidade de uma sala de estar cheia de gente, que eu desenvolvi meu amor pelo cinema.Minha avó, uma mulher de opinião forte e amante dos grandes clássicos do cinema italiano, foi uma das maiores influências na minha vida. Ela me apresentou a filmes como "Ladrões de Bicicletas" e "La Dolce Vita," e, com o tempo, passei a entender que o cinema era muito mais do que uma simples forma de entretenimento. Era uma maneira poderosa de contar histórias, de provocar emoções e de explorar as complexidades da vida.
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